No último feriado da revolução farroupilha, estava eu almoçando - às 4 da tarde, horário em que se deve almoçar nos feriados - no KFC, uma das poucas redes de fast food que eu gosto quando o comportamento de um guri me chamou a atenção. O guri estava acompanhado por duas jovens senhoras. Tudo tranquilo até que o guri, do nada começou a "intimar" as mulheres:
- Ei! Como foi que vocês compraram esse lanche?! Hein?! Me diz! Foi com dinheiro não foi?!
E continuava...
- Como vocês disseram que não tinham dinheiro pra comprar o <nome de brinquedo ou goluseima ininteligível> pra mim? Vocês estão pensando o que?! Qual é a de vocês? Querem me enganar, po! Eu não sou otário não!
Dizia isso aos gritos, batia na mesa enfurecido, em uma falta de respeito absurda com a mãe, tia ou o que quer que fossem aquelas senhoras. Só faltou ele puxar uma cinta e bater nas mulheres. Inversão de papéis total. Típico exemplo do mundo moderno de situações em que "os postes estão mijando nos cachorros". E as senhoras caladas, atônitas e sem reação. Só ouvindo o discurso enfurecido do guri e comendo seu frango frito.
Nessas horas eu me pergunto onde vamos parar. Quando vemos crianças dando tiro em professor, desrespeitando tudo e todos é um tanto preocupante. Não entendo o que acontece. Ou sempre foi assim e só agora estou vendo isso ou a coisa está realmente indo de mal a pior. Falta energia aos pais para educar. Falta tempo quando ambos trabalham. Falta fibra. Falta conversar com a criança. Ensinar os limites. Acho que definitivamente a televisão está falhando em educar nossas crianças. A televisão atinge bem seu objetivo que é vender brinquedos, mas para educar não serve. Precisamos passar mais tempo e tempo com maior qualidade com nossos filhos. O Brasil definitivamente precisa de uma revolução na educação. Tanto na educação formal quanto na educação em casa.