Achei muito bom esse livro do David Coimbra, chefe dos esportes e colunista do jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Muito bom porque aborda assuntos muito interessantes como história, arte, religião e filosofia. Muito bom porque aborda esses assuntos destacando as mulheres, a própria razão da existência. Muito bom porque aborda esses assuntos sem, em nenhum momento, ser chato ou cansativo. Muito pelo contrário. O livro tem muito bom-humor. Um humor sadio, leve e ao mesmo tempo afiado. Eu gosto de autores que escrevem com naturalidade. O tipo de texto que te faz sentir como se estivesse em uma mesa de bar ouvindo uma história contada por um amigo. Te apresenta uma corrida de bigas na Roma antiga como se fosse um jogo de futebol do domingo passado, ou uma desilusão amorosa do Nietzsche como se fosse a de um conhecido do bairro. Eu achei que o David Coimbra escreve assim. Também acho que o Luis Fernando Veríssimo escreve assim. Talvez seja porque são gaúchos, e portanto, de alguma forma familiares para mim. De qualquer forma, acho que tem algo de especial no jeito que esses caras escrevem, e no seu humor. Difícil um livro fazer a pessoa rir. Rir a ponto de ter que parar a leitura por um tempo. Esse "Jogo de Damas" me fez rir, mais de uma vez.
Melhor ainda que um livro que te faz rir, é um livro que te faz rir e te ensina ao mesmo tempo. Apesar de ser um livro engraçado, me pareceu muito bem pesquisado e baseado em fatos históricos e filosofias reais. Fica claro para o leitor o que é história, o que é um fato engraçado, o que é um pensamento do autor e o que é só uma piada mesmo.
Não sei se eu soube explicar o que é, afinal, esse livro. Seguem uns trechos, para que tenhas uma idéia, caro internauta (ainda se usa essa palavra "internauta"?):
"Nas cidades romanas, antes da Idade das Trevas, havia aquedutos que forneciam água limpa e de boa qualidade à população, havia termas e banhos públicos. Inclusive alguns banhos mistos, onde eram aceitos homens e mulheres ao mesmo tempo. Essa modalidade de banhos descambou para a sacanagem, e era muito divertido."
"Na Inglaterra, uma das filhas de Henrique VIII, Maria, lutaria com tanto denodo em favor do catolicismo que passou à História com a alcunha de Bloody Mary, ou Maria Sanguinária, nome de um drinque de sabor medonho feito com vodka, suco de tomate, limão, sal e molho inglês, não beba isso, peça um chope."
Ou na Amazon |