SC Internacional, Ramones e Cerveja. Isso tudo existe e ainda tem quem reclame da vida.
quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
Fotos e RSS
Buenas, mais uma ferramenta do Google: Picasaweb. É um lugar onde podes colocar fotos para a gurizada ver. Eu coloquei umas lá. Ainda são poucas, mas vou ver se vou colocando mais aos poucos. A conexão para upload aqui em casa não é o bicho e eu não me sinto bem mexendo em fotos no serviço, então vai indo aos poucos mesmo, mas vai. Quem quiser ver o que tem de foto minha no tal Picasa é só clicar aqui. Se quiser ficar sabendo quando eu coloco novas fotos, o site oferece RSS. RSS é uma ótima maneira de ficar sabendo quando um blog ou uma página da Internet é atualizada sem ter que visitar a página e olhar. O negócio funciona como checar email, só que em vez de checar email tu checas uma série de blogs e websites que te interessa saber quando é atualizado. Um cliente de RSS para Windows que parece bom é esse FeedReader. Pode até levar um tempinho pra instalar, mas garanto que recuperas esse tempo rapidinho deixando de visitar blogs não atualizados. Se não queres instalar nada, podes tentar o Google Reader. Funciona do mesmo jeito, só que via web.
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
Mau Humor
Algumas convenções da sociedade só servem para fazer os próprios seres humanos sofrerem.
O ciume, por exemplo, na minha opinião não passa de um nome diferente para egoismo. Mas ao contrário do egoismo, o ciume é aceito e muitas vezes até encorajado pela sociedade hipócrita. Alguém aí soube de alguma história em que o ciume trouxe felicidade pra alguém? Seja pra quem sentiu ou pra quem provocou ciume? Eu não conheço nenhum caso. Se alguem conhece que poste nos comentários. Pra mim o ciume é uma MERcadoria.
Talvez eu não devesse postar quando estou de mau humor.
O ciume, por exemplo, na minha opinião não passa de um nome diferente para egoismo. Mas ao contrário do egoismo, o ciume é aceito e muitas vezes até encorajado pela sociedade hipócrita. Alguém aí soube de alguma história em que o ciume trouxe felicidade pra alguém? Seja pra quem sentiu ou pra quem provocou ciume? Eu não conheço nenhum caso. Se alguem conhece que poste nos comentários. Pra mim o ciume é uma MERcadoria.
Talvez eu não devesse postar quando estou de mau humor.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
Finalmente Neve!
Finalmente chegou a neve. Quando eu menos esperava. Quando achava que o inverno seria mais ou menos como um inverno gaúcho, hoje Trento amanheceu mais branca. Não foi uma nevasca daquelas grandes, mas já deu para se sentir no inverno. Finalmente, com un mês de atraso, o inverno.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
Sexta Passada
Sexta passada, 19 de janeiro, rolou uma festa da gurizada do lugar onde trabalho, o IRST. Quando eu arranjar uma foto decente da galera apresento-os a vocês. Eu consegui comprar uma garrafa de Velho Barreiro envelhecida (aquela amarela) por 14 Euros. Uma pechincha para os padrões europeus. E me responsabilizei pelo fornecimento de caipirinhas. Levei também o meu computador com minhas músicas pra tocar. Apesar dos clássicos do punk disponíveis, o que fez sucesso foi música brasileira e som dos anos 80 tipo Michael Jackson e Madonna (sim, eu tenho isso). Carlos, o anfitrião, um chileno muito parceiro preparou "Navigado" (uma espécie de quentão com laranja chileno) e as empanadas do Chile, que caem como uma luva pra contrabalançar as caipiras e o "navigado". Pena que o Carlos foi embora essa semana pois o periodo de "sanduiche" dele aqui em Trento acabou. Aliás ele marcou a festa justamente para se despedir. O resto da galera trouxe cervejas, vinhos, pizzas, salgadinhos e por aí afora. Komminist, meu colega da Etiópia, que quando eu cheguei aqui era todo encolhido para beber agora anda sempre com uma caipirinha na mão quando tem festa. Ismênia, paraibana e colega do IRST mostrou pra galera como é que se dança o forró e a carioca Mariana deu um show de samba e pagode. Estava muito divertida a festa. Bom para dar uma aliviada nos estudos, pois grande parte da galera, inclusive eu, está se preparando para o tal de "comprehensive exam". Uma prova que é tipo uma primeira qualificação no doutorado aqui de Trento. Se o cara não passa na prova (8 de fevereiro), tem a chance de fazer outra em março. Se não passar nessa segunda chance cai fora do curso e volta para casa. O que cai na prova? Matérias do tempo da graduação como Sistemas Operacionais, Bancos de Dados, Engenharia de Software, Análise de Algoritmos, Arquiteturas de Computadores, Redes de Computadores, Eletronica Básica...
É, melhor eu voltar a estudar. Abraço.
É, melhor eu voltar a estudar. Abraço.
domingo, 7 de janeiro de 2007
Deutschland
Alemanha era a próxima parada. Saimos da França e passamos por uma parte da Suiça antes de chegar na terra da cerveja. Ao entrar na Alemanha, a primeira coisa que se nota é a ausência do limite de velocidade na maioria das estradas (highways). Muito legal andar a 140, 160 e até a 180 ou um pouco mais sem culpa. 180 é um bom número ao qual o Passat Station Wagon em que andávamos chegou sem problemas. Pelo menos do banco de trás o carro me pareceu bem estável a esta velocidade. Diferente de carros menos potentes que a pouco mais de 120 já começam a ficar "nervosos". As estradas são muito boas, mas não é nada do outro mundo não. Estradas como a Freeway de Porto Alegre para o litoral norte do RS ou a Rodovia dos Bandeirantes que liga São Paulo a Campinas não devem nada para as estradas alemãs que andei. Acho até que as estradas brasileiras citadas tem melhor "área de escape", já que na Alemanha geralmente tem um "guard rail" pra ninguém sair da pista e algumas vezes tem até muros, o que me lembrou aquela estrada do filme Matrix (não me lembro se o 2 ou o 3). Ou seja: acabem com o limite de velocidade na Bandeirantes! 120 é pouco para aquela estrada. Mas falando sério, é meio perigoso esse lance de sem limite, pois quando alguem a 80 troca de pista, sempre pode vir algum Porsche a 300 pela esquerda, tem que cuidar o retrovisor. Aliás na Alemanha é o único lugar do mundo onde faz sentido ter um carro esporte. No resto do mundo ter um carro desses é só exibicionismo, com exceção de quem anda em autódromo.
A Raquel mora em um vilarejo próximo a cidade de Mainz. O lugar é extremamente tranquilo, segundo o Xavier tem em torno de 700 habitantes. Fica meio que na zona rural. Deve ser bom trabalhar em um escritório com vista para as plantações e sem a barulheira da cidade. Um dos programas é levar a cadelinha Perla para passear e jogar bola em uma fazenda ali perto. Detalhe, a estradinha vicinal que passa entre as plantações e onde normalmente só passa trator é asfaltada! No Cassino ainda não acabaram de pavimentar nem a Av. Atlantica! Por falar em Cassino, num desses passeios com a cachorrinha, o Xavier estacionou o carro fora da tal estradinha e acontece que estava um lamaçal dos brabos ali. Na hora de ir embora ele tentou sair sozinho e não conseguiu, depois usamos papelão, colocamos a Raquel ao volante e os dois barbados para empurrar e nada. Só patinava. Lá pelas tantas, resolvi testar minha habilidade de motorista cassineiro e conseguimos tirar o Passat da lama, aos poucos mas foi. Na foto aparece o Passat, logo depois do resgate. Foi a primeira vez que eu dirigi aqui na Europa. Uns miseros metros, mas dirigi. Me falta a maldita habilitação internacional...
Antes de morar nesta nova casa, a Raquel morava em Mainz. Ela disse que se sentia em casa quando visitamos a cidade. É um lugar bem agradável. Típica cidade universitária, com muitos jovens passeando pelo centro e inúmeros cartazes anunciando as mais diversas festas de Reveilon. No centro podemos notar a tradicional arquitetura alemã, como pode-se ver na foto a seguir.
Também fiquei sabendo que Mainz é a cidade do Gutenberg. Aquele que inventou a imprensa. Na foto estou no monumento dedicado a esta figura histórica. O monumento encontra-se em frente a um belo teatro, em um local central da cidade. Também tem um museu dedicado a Gutenberg na cidade, mas infelizmente não tivemos tempo de conhecê-lo.
Outra atração em Mainz é a igreja de St. Stephan, com vitrais pintados pelo artista bielorusso judeu Marc Chagall após a segunda guerra mundial. A Igreja tinha sido destruida (ou parcialmente destruída) durante a guerra. A cidade de Mainz foi uma das que sofreram grandes bombardeios durante a segunda guerra. Em vários prédios e monumentos encontra-se placas onde lê-se sobre o prédio original, como ficou após a guerra e informações sobre a reconstrução ou restauração pós-guerra. Na foto entrando na igreja de St. Stephen. Alguém aí sabe ler alemão? Eu não sei. Se quiser tentar, clique na foto para aumentá-la.
Passamos o reveilon em Mainz. Saímos para jantar em um restaurante croata. Pedimos o prato especial de "Silvester" que é como eles chamam o ano novo (Não é a toa que temos a "Corrida de São Silvestre" aí no Brasil). O tal prato foi bom. Essa bandeijona da foto a seguir com diversos tipos de carne. Eu que não gosto de carne nem nada...
O pessoal da foto anterior é uma família com quem a Raquel morou logo que se mudou para a Alemanha. Ela ficava cuidando das crianças da foto. Gente fina este pessoal: o Gerth, gaúcho e gremista, a Margareth, carioca e Fluminense e as crianças Mariana e Gustavo. Depois do jantar fomos ver os fogos do ano novo às margens do rio Reno, que banha Mainz tomando champagne, ou melhor, espumante ;-).
Antes de ir embora ainda deu tempo de dar uma passada em Frankfurt. Cidade grande. Vários arranha céus, lojas, bancos, muito movimento nas ruas. No centro tem algumas construções em estilo tradicional alemão que contrasta com prédios modernos. Como em toda cidade européia que se preze, tem uma catedral. A seguir, algumas fotos de Frankfurt. A primeira foto de do post também é em Frankfurt.
Não poderia deixar de mencionar a cerveja alemã. Realmente os caras fazem juz a fama de cervejeiros. Tomei algumas cervejas por lá e todas foram excelentes. Não tomei nenhuma cerveja ruim. Nem sequer uma cerveja mais ou menso. Só cervejas excelentes. Não é a toa que os alemães acham Heineken uma porcaria.
Bom, estas foram minhas festas de fim de ano. Obrigado por ter a paciencia de ler tudo isso e um excelente 2007 a todos!
sábado, 6 de janeiro de 2007
França
E lá fomos nós, rumo à França. Allez les bleus!
Na fronteira entre a França e a Itália existe um túnel. O túnel Mont Blanc/Monte Bianco passa por dentro do tal monte branco, que é o ponto mais alto da Europa Ocidental. O pedágio para passar por esse túnel também deve ser o mais alto da Europa Ocidental, módicos 31 Euros. Mas tudo bem, seguimos em frente. São mais de 11Km de túnel. Ao sairmos do túnel estávamos na França. Pesquisando na Internet parece que ficou acordado que a fronteira França/Itália passaria justo em cima do tal ponto mais alto da Europa, mas claro que os franceses dizem que o cume é na França e os italianos dizem que é na Itália e eu não sei porque, mas quando eu estava na Suiça eu tenho quase certeza que ouvi falar que o Mont Blanc era na Suiça ;-).
Chegamos à noite na casa dos pais do Xavier. No alto dos alpes. Local extremamente agradável. A cidadezinha se chama Les Carroz d'Arraches, mas pode chamar de Les Carroz. Não fazia tanto frio, pois faz sol o tempo todo já que as nuvens ficam abaixo do ponto onde ficamos e além disso, esse ano está sendo mais quente que o normal. A galera do esqui tem reclamado da falta de neve. Os pais do Xavier nos receberam super bem. Me trataram como se fosse da família. Um grande abraço para o seu Jean Marie e a dona Marie France (espero ter escrito os nomes corretamente). Gente simples e muito amigável. Na primeira noite já deu pra perceber a "Torre de Babel" que seria a estadia na França. Sentados à mesa eu, que falo português, inglês e italiano (este último praticamente inútil nesta viagem); a Raquel que fala inglês, alemão e português; o Xavier que fala inglês, francês e alemão; a mãe do Xavier (Marie France) que fala alemão, francês e inglês (embora prefira falar alemão e/ou francês a maior parte do tempo) e o pai dele (Jean Marie) que fala só francês. Ou seja, não havia uma língua comum a todos nós e volta e meia eram necessárias traduções. Interessante que apesar de entender muito pouco (nada) de francês, quando o Xavier traduzia algo do inglês para o francês, dava para entender quase tudo que ele falava, já sabendo de antemão qual o assunto. Já quando a tradução era pra alemão, aí não dava pra entender nada mesmo.
Na primeira manhã em Les Carroz fomos ver a "chegada do Papai Noel". Em Les Carroz ele chega de balão. Bem interessante. Além disso, eu não sabia que o Papai Noel falava francês, mas fala. Ele disse "joieux Noël" (feliz Natal) pra mim. Ainda na véspera de Natal, fiz algo que não fazia desde os tempos do colégio (salvo formaturas e casamentos). Fui à missa. A missa neste dia foi rezada em um ginásio de esportes para abrigar todas as pessoas, já que a população do lugar triplica no inverno e no Natal a missa é bem mais popular que nos outros dias. Independente de ter ou não fé, tenho que admitir que é bonito ver um ginásio lotado cantando "Noite Feliz" em francês. Também foi legal receber um "joieux Noël" de pessoas que eu nem conhecia.
Na França eu aprendi como é uma refeição completa. No Brasil e nos outros países por onde andei as pessoas pulam algumas fases da refeição. A refeição completa começa com um aperitivo, com canapés ao "foie gras", Coraya e Champagne. A "verdadeira" Champagne, no brasil e no resto do mundo a gente toma "espumante" ou "cidra". Depois, o prato principal, em geral envolvendo um ou mais tipos de carnes, peixes e massas. A seguir come-se uma salada. Depois passa-se aos queijos. E são bons os queijos franceses. Acompanhados de um vinho tinto, são um dos melhores momentos da refeição. O famoso é o "Camembert", que tem um cheiro e um sabor extremamente fortes, marcantes. Não é um queijo para comer toda a hora nem em grandes quantidades, mas eu gostei. E os outros queijos que provei também são excelentes. Entendi agora o sentido de degustações de "queijos e vinhos" faz muito sentido. E como se não bastasse essa fartura toda, ainda tem sempre a sobremesa: torta de chocolate, bolo alemão, iogurte, frutas...cada refeição leva em torno de duas horas. Tudo na maior calma, saboreando os alimentos. Não é a toa que a culinária francesa é famosa.
Mas não ficamos só comendo. Passeamos bastante pela região. Fomos até uma cidade próxima, onde podemos curtir a bela vista do famoso Mont Blanc da foto a seguir. Eu, a Raquel e os sogros dela na foto.
Acabamos não esquiando, mas compramos umas espécies de trenós de plástico (essa coisa vermelha na foto) e nos divertimos bastante na neve. Na foto abaixo eu, com a cara congelada de tanta neve, e a Raquel.
Também conhecemos uma cidadezinha muito legal, onde vimos um presépio esculpido em gelo, "táxis" carruagens e arquitetura no estilo alpino. Também nesta cidade tomamos um delicioso chocolate quente. Pena que não lembro o nome da cidade, lembras Raquel? Enfim, o lugar é esse da foto abaixo:
Eu e o Xavier ainda tiramos uma tarde para praticar um esporte que eu gosto bastante. O pingue pongue, ou tênis de mesa. Nos divertimos bastante, mas ao final a França levou a melhor, acho que por uns 4 sets a dois ou algo assim. Afinal de contas a França fica mais perto da China que o brasil.
Achei a foto a seguir muito legal. É na manhã de Natal, a galera toda curtindo seus presentes.
Ah, já ia me esquecendo um membro da família. Abaixo a "Ciboulette", ou Cebolinha em português. Essa gata tem vida mansa. Passa os dias deitada nessa poltroninha aí. De vez em quando sai pra passear nas montanhas, mas logo logo volta para a boa e velha poltrona.
No último dia que ficamos na França, o irmão do Xavier, o Pascal, juntou-se a nós. Neste dia fizemos uma bela caminhada nas montanhas, em uma trilha perto de onde os caras praticam ski "cross country". É a modalidade de esqui onde em vez de descer montanha abaixo os caras esquiam no plano e as vezes até sobem montanha esquiando. Fico cansado só em pensar. Abaixo uma foto deste dia.
Bom, esta foi a parte francesa da viagem. Agradeço aos meus anfitriões pelo excelente Natal que me proporcionaram. Eu iria passar o ano novo com meus colegas na Suiça, como no ano passado, mas eles estavam se amarrando por causa da falta de neve para esquiar, então a Raquel e o Xavier me convidaram para seguir com eles para a Alemanha, onde moram. E foi o que eu fiz. Amanhã conto como foi a experiencia na Alemanha.
Na fronteira entre a França e a Itália existe um túnel. O túnel Mont Blanc/Monte Bianco passa por dentro do tal monte branco, que é o ponto mais alto da Europa Ocidental. O pedágio para passar por esse túnel também deve ser o mais alto da Europa Ocidental, módicos 31 Euros. Mas tudo bem, seguimos em frente. São mais de 11Km de túnel. Ao sairmos do túnel estávamos na França. Pesquisando na Internet parece que ficou acordado que a fronteira França/Itália passaria justo em cima do tal ponto mais alto da Europa, mas claro que os franceses dizem que o cume é na França e os italianos dizem que é na Itália e eu não sei porque, mas quando eu estava na Suiça eu tenho quase certeza que ouvi falar que o Mont Blanc era na Suiça ;-).
Chegamos à noite na casa dos pais do Xavier. No alto dos alpes. Local extremamente agradável. A cidadezinha se chama Les Carroz d'Arraches, mas pode chamar de Les Carroz. Não fazia tanto frio, pois faz sol o tempo todo já que as nuvens ficam abaixo do ponto onde ficamos e além disso, esse ano está sendo mais quente que o normal. A galera do esqui tem reclamado da falta de neve. Os pais do Xavier nos receberam super bem. Me trataram como se fosse da família. Um grande abraço para o seu Jean Marie e a dona Marie France (espero ter escrito os nomes corretamente). Gente simples e muito amigável. Na primeira noite já deu pra perceber a "Torre de Babel" que seria a estadia na França. Sentados à mesa eu, que falo português, inglês e italiano (este último praticamente inútil nesta viagem); a Raquel que fala inglês, alemão e português; o Xavier que fala inglês, francês e alemão; a mãe do Xavier (Marie France) que fala alemão, francês e inglês (embora prefira falar alemão e/ou francês a maior parte do tempo) e o pai dele (Jean Marie) que fala só francês. Ou seja, não havia uma língua comum a todos nós e volta e meia eram necessárias traduções. Interessante que apesar de entender muito pouco (nada) de francês, quando o Xavier traduzia algo do inglês para o francês, dava para entender quase tudo que ele falava, já sabendo de antemão qual o assunto. Já quando a tradução era pra alemão, aí não dava pra entender nada mesmo.
Na primeira manhã em Les Carroz fomos ver a "chegada do Papai Noel". Em Les Carroz ele chega de balão. Bem interessante. Além disso, eu não sabia que o Papai Noel falava francês, mas fala. Ele disse "joieux Noël" (feliz Natal) pra mim. Ainda na véspera de Natal, fiz algo que não fazia desde os tempos do colégio (salvo formaturas e casamentos). Fui à missa. A missa neste dia foi rezada em um ginásio de esportes para abrigar todas as pessoas, já que a população do lugar triplica no inverno e no Natal a missa é bem mais popular que nos outros dias. Independente de ter ou não fé, tenho que admitir que é bonito ver um ginásio lotado cantando "Noite Feliz" em francês. Também foi legal receber um "joieux Noël" de pessoas que eu nem conhecia.
Na França eu aprendi como é uma refeição completa. No Brasil e nos outros países por onde andei as pessoas pulam algumas fases da refeição. A refeição completa começa com um aperitivo, com canapés ao "foie gras", Coraya e Champagne. A "verdadeira" Champagne, no brasil e no resto do mundo a gente toma "espumante" ou "cidra". Depois, o prato principal, em geral envolvendo um ou mais tipos de carnes, peixes e massas. A seguir come-se uma salada. Depois passa-se aos queijos. E são bons os queijos franceses. Acompanhados de um vinho tinto, são um dos melhores momentos da refeição. O famoso é o "Camembert", que tem um cheiro e um sabor extremamente fortes, marcantes. Não é um queijo para comer toda a hora nem em grandes quantidades, mas eu gostei. E os outros queijos que provei também são excelentes. Entendi agora o sentido de degustações de "queijos e vinhos" faz muito sentido. E como se não bastasse essa fartura toda, ainda tem sempre a sobremesa: torta de chocolate, bolo alemão, iogurte, frutas...cada refeição leva em torno de duas horas. Tudo na maior calma, saboreando os alimentos. Não é a toa que a culinária francesa é famosa.
Mas não ficamos só comendo. Passeamos bastante pela região. Fomos até uma cidade próxima, onde podemos curtir a bela vista do famoso Mont Blanc da foto a seguir. Eu, a Raquel e os sogros dela na foto.
Acabamos não esquiando, mas compramos umas espécies de trenós de plástico (essa coisa vermelha na foto) e nos divertimos bastante na neve. Na foto abaixo eu, com a cara congelada de tanta neve, e a Raquel.
Também conhecemos uma cidadezinha muito legal, onde vimos um presépio esculpido em gelo, "táxis" carruagens e arquitetura no estilo alpino. Também nesta cidade tomamos um delicioso chocolate quente. Pena que não lembro o nome da cidade, lembras Raquel? Enfim, o lugar é esse da foto abaixo:
Eu e o Xavier ainda tiramos uma tarde para praticar um esporte que eu gosto bastante. O pingue pongue, ou tênis de mesa. Nos divertimos bastante, mas ao final a França levou a melhor, acho que por uns 4 sets a dois ou algo assim. Afinal de contas a França fica mais perto da China que o brasil.
Achei a foto a seguir muito legal. É na manhã de Natal, a galera toda curtindo seus presentes.
Ah, já ia me esquecendo um membro da família. Abaixo a "Ciboulette", ou Cebolinha em português. Essa gata tem vida mansa. Passa os dias deitada nessa poltroninha aí. De vez em quando sai pra passear nas montanhas, mas logo logo volta para a boa e velha poltrona.
No último dia que ficamos na França, o irmão do Xavier, o Pascal, juntou-se a nós. Neste dia fizemos uma bela caminhada nas montanhas, em uma trilha perto de onde os caras praticam ski "cross country". É a modalidade de esqui onde em vez de descer montanha abaixo os caras esquiam no plano e as vezes até sobem montanha esquiando. Fico cansado só em pensar. Abaixo uma foto deste dia.
Bom, esta foi a parte francesa da viagem. Agradeço aos meus anfitriões pelo excelente Natal que me proporcionaram. Eu iria passar o ano novo com meus colegas na Suiça, como no ano passado, mas eles estavam se amarrando por causa da falta de neve para esquiar, então a Raquel e o Xavier me convidaram para seguir com eles para a Alemanha, onde moram. E foi o que eu fiz. Amanhã conto como foi a experiencia na Alemanha.
Festas
Buenas, depois de uns dias fora estou de volta a Trento e aproveito o fim de semana para contar a vocês como foram as festas de fim de ano deste que vos escreve aqui na Europa. Como eu tinha escrito aqui uns posts atrás, eu não tinha nenhum plano para o Natal, provavelmente pegaria um trem para Milão e esperaria o bom velhinho em algum bar que estivesse aberto. Mas, para minha agradável surpresa, na sexta, 22 de dezembro recebi um email da minha prima Raquel, que mora na Alemanha, me convidando pra ir passar o Natal na França com ela e o marido. Opa, aceitei na hora e já saimos de viagem no dia seguinte, sábado 23. Peguei o trem até Milão, onde encontrei-os. Foi muito bom rever minha prima. Ela já mora há uns 8 anos na Alemanha. Eu não a via há uns 10, pois ela morava em Porto Alegre e mudou-se para a Alemanha bem de repente. Da última vez que eu a tinha visto, ela era uma guriazinha de 15 anos com sotaque Portoalegrense. Uma vez eu ganhei dela em uma aposta. Apostei que ela não conseguiria passar meia hora sem falar "bah" (versão abreviada de "barbaridade, tche"). Ela não conseguiu. E agora, reencontro-a falando inglês e alemão fluentes, quem diria! Só a carinha de menina que continua a mesma, né Raquel? Também na estação de Milão fiquei conhecendo o Xavier, marido da Raquel. Grande figura, muito simpático, já coinsidero-o um amigo. O Xavier é francês, e nós saímos da estação de Milão, de carro, em direção à França, onde passaríamos o Natal com os pais do Xavier. Falo sobre a parte francesa da viagem no proximo post...
Na foto, a Raquel e o Xavier.
Na foto, a Raquel e o Xavier.
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