sábado, 6 de janeiro de 2007

França

E lá fomos nós, rumo à França. Allez les bleus!

Na fronteira entre a França e a Itália existe um túnel. O túnel Mont Blanc/Monte Bianco passa por dentro do tal monte branco, que é o ponto mais alto da Europa Ocidental. O pedágio para passar por esse túnel também deve ser o mais alto da Europa Ocidental, módicos 31 Euros. Mas tudo bem, seguimos em frente. São mais de 11Km de túnel. Ao sairmos do túnel estávamos na França. Pesquisando na Internet parece que ficou acordado que a fronteira França/Itália passaria justo em cima do tal ponto mais alto da Europa, mas claro que os franceses dizem que o cume é na França e os italianos dizem que é na Itália e eu não sei porque, mas quando eu estava na Suiça eu tenho quase certeza que ouvi falar que o Mont Blanc era na Suiça ;-).

Chegamos à noite na casa dos pais do Xavier. No alto dos alpes. Local extremamente agradável. A cidadezinha se chama Les Carroz d'Arraches, mas pode chamar de Les Carroz. Não fazia tanto frio, pois faz sol o tempo todo já que as nuvens ficam abaixo do ponto onde ficamos e além disso, esse ano está sendo mais quente que o normal. A galera do esqui tem reclamado da falta de neve. Os pais do Xavier nos receberam super bem. Me trataram como se fosse da família. Um grande abraço para o seu Jean Marie e a dona Marie France (espero ter escrito os nomes corretamente). Gente simples e muito amigável. Na primeira noite já deu pra perceber a "Torre de Babel" que seria a estadia na França. Sentados à mesa eu, que falo português, inglês e italiano (este último praticamente inútil nesta viagem); a Raquel que fala inglês, alemão e português; o Xavier que fala inglês, francês e alemão; a mãe do Xavier (Marie France) que fala alemão, francês e inglês (embora prefira falar alemão e/ou francês a maior parte do tempo) e o pai dele (Jean Marie) que fala só francês. Ou seja, não havia uma língua comum a todos nós e volta e meia eram necessárias traduções. Interessante que apesar de entender muito pouco (nada) de francês, quando o Xavier traduzia algo do inglês para o francês, dava para entender quase tudo que ele falava, já sabendo de antemão qual o assunto. Já quando a tradução era pra alemão, aí não dava pra entender nada mesmo.

Na primeira manhã em Les Carroz fomos ver a "chegada do Papai Noel". Em Les Carroz ele chega de balão. Bem interessante. Além disso, eu não sabia que o Papai Noel falava francês, mas fala. Ele disse "joieux Noël" (feliz Natal) pra mim. Ainda na véspera de Natal, fiz algo que não fazia desde os tempos do colégio (salvo formaturas e casamentos). Fui à missa. A missa neste dia foi rezada em um ginásio de esportes para abrigar todas as pessoas, já que a população do lugar triplica no inverno e no Natal a missa é bem mais popular que nos outros dias. Independente de ter ou não fé, tenho que admitir que é bonito ver um ginásio lotado cantando "Noite Feliz" em francês. Também foi legal receber um "joieux Noël" de pessoas que eu nem conhecia.

Na França eu aprendi como é uma refeição completa. No Brasil e nos outros países por onde andei as pessoas pulam algumas fases da refeição. A refeição completa começa com um aperitivo, com canapés ao "foie gras", Coraya e Champagne. A "verdadeira" Champagne, no brasil e no resto do mundo a gente toma "espumante" ou "cidra". Depois, o prato principal, em geral envolvendo um ou mais tipos de carnes, peixes e massas. A seguir come-se uma salada. Depois passa-se aos queijos. E são bons os queijos franceses. Acompanhados de um vinho tinto, são um dos melhores momentos da refeição. O famoso é o "Camembert", que tem um cheiro e um sabor extremamente fortes, marcantes. Não é um queijo para comer toda a hora nem em grandes quantidades, mas eu gostei. E os outros queijos que provei também são excelentes. Entendi agora o sentido de degustações de "queijos e vinhos" faz muito sentido. E como se não bastasse essa fartura toda, ainda tem sempre a sobremesa: torta de chocolate, bolo alemão, iogurte, frutas...cada refeição leva em torno de duas horas. Tudo na maior calma, saboreando os alimentos. Não é a toa que a culinária francesa é famosa.

Mas não ficamos só comendo. Passeamos bastante pela região. Fomos até uma cidade próxima, onde podemos curtir a bela vista do famoso Mont Blanc da foto a seguir. Eu, a Raquel e os sogros dela na foto.


Acabamos não esquiando, mas compramos umas espécies de trenós de plástico (essa coisa vermelha na foto) e nos divertimos bastante na neve. Na foto abaixo eu, com a cara congelada de tanta neve, e a Raquel.



Também conhecemos uma cidadezinha muito legal, onde vimos um presépio esculpido em gelo, "táxis" carruagens e arquitetura no estilo alpino. Também nesta cidade tomamos um delicioso chocolate quente. Pena que não lembro o nome da cidade, lembras Raquel? Enfim, o lugar é esse da foto abaixo:


Eu e o Xavier ainda tiramos uma tarde para praticar um esporte que eu gosto bastante. O pingue pongue, ou tênis de mesa. Nos divertimos bastante, mas ao final a França levou a melhor, acho que por uns 4 sets a dois ou algo assim. Afinal de contas a França fica mais perto da China que o brasil.

Achei a foto a seguir muito legal. É na manhã de Natal, a galera toda curtindo seus presentes.


Ah, já ia me esquecendo um membro da família. Abaixo a "Ciboulette", ou Cebolinha em português. Essa gata tem vida mansa. Passa os dias deitada nessa poltroninha aí. De vez em quando sai pra passear nas montanhas, mas logo logo volta para a boa e velha poltrona.


No último dia que ficamos na França, o irmão do Xavier, o Pascal, juntou-se a nós. Neste dia fizemos uma bela caminhada nas montanhas, em uma trilha perto de onde os caras praticam ski "cross country". É a modalidade de esqui onde em vez de descer montanha abaixo os caras esquiam no plano e as vezes até sobem montanha esquiando. Fico cansado só em pensar. Abaixo uma foto deste dia.


Bom, esta foi a parte francesa da viagem. Agradeço aos meus anfitriões pelo excelente Natal que me proporcionaram. Eu iria passar o ano novo com meus colegas na Suiça, como no ano passado, mas eles estavam se amarrando por causa da falta de neve para esquiar, então a Raquel e o Xavier me convidaram para seguir com eles para a Alemanha, onde moram. E foi o que eu fiz. Amanhã conto como foi a experiencia na Alemanha.

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