quinta-feira, 27 de julho de 2006

É Hora de Ir Aonde Ninguém Foi

Texto entitulado "É hora de ir aonde ninguém foi", postado pelo Colorado Emanuel Neves na comunidade Sport Club Internacional do Orkut.

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Há quase 30 anos, olhamos apenas para trás. Vemos a cabeça de Dom Elias ser tocada por uma centelha divina e nos dar o Brasil. Invejamos a doce morte do colorado que deixou o corpo na social do Gigante, eufórico e confuso, sem entender como Escurinho e Falcão colocaram por terra as leis da física, contra o Atlético Mineiro. Depois, sarcásticos, acompanhamos o cortejo fúnebre dos corintianos indo se afogar no Tietê, assim que Valdomiro lhes ensinou o que era um verdadeiro ‘paulistão’.

Ainda com o pescoço virado, enxergamos palmeirenses cabisbaixos, deixando o Morumbi e tocando fogo em jornais que levantavam a estúpida dúvida sobre quem era o melhor entre Mococa e o futuro Rei de Roma. Embasbacados com a mais estupenda atuação de um camisa 5 na história do futebol. Saudosos, assistimos à Velha Raposa de pé na casamata, aplaudindo o príncipe Jair por ter quebrado a espinha de Leão e colocado a terceira estrela no manto vermelho. Junto, o exclusivo ramo de louros. O ramo verde da esperança. A esperança em tempos ainda melhores. De alegrias e conquistas inimagináveis. Do melhor time do mundo da segunda metade da década de 70.

Mas as glórias almejadas nunca vieram. O ramo foi suprimido. Em seu lugar, patrocínios. Uma quarta estrela nasceu, com a sina de ter seu brilho eternamente ofuscado. A ponto de receber olhares que beiram o asco, como se fosse melhor nunca ter brotado. Assim, há quase 30 anos, olhamos apenas para trás. Agora, temos de virar a cabeça para frente.

É hora de ir aonde ninguém foi.

Quando Rafael Sóbis balançou dois equatorianos e soltou a patada de direita, um novo ramo verde se encravou do lado esquerdo do peito de metade do Rio Grande Sul. O grito de gol que estremeceu o Menino Deus fez ondas no Guaíba e mareou os olhos de 40 mil apaixonados. Como o bel-canto, que emociona e regozija, a enlouquecida sinfonia alvi-rubra empurrou aquele time para um dos melhores segundos-tempos do clube quase centenário. Só uma torcida no mundo conseguiria produzir arte sem instrumentos, valendo-se apenas da batida do coração. O Amor inveja o concreto do Beira-Rio.

O sentimento que nasce por trás do S, do C e do I entrelaçados deveria ser catalogado como doença perigosa e incurável. Contagiados desde o berço, nesse exato momento, vivemos uma crise. Assustadoramente aguda. Sem precedentes. Nunca o povo do ‘Clube do Povo’ esteve tão imbuído, tão concentrado. E é disso que precisamos. Daqui para frente, cada vez mais. Dia a dia. É hora de ir aonde ninguém foi.

Nada é relevante até a quinta-feira da próxima semana. Olhe para o lado. O mundo está parado. Note como o relógio travou. Seus problemas são irrelevantes. Sua mãe é irrelevante. Sua existência é irrelevante! A vida é uma camisa vermelha. Nada mais. É hora de ir aonde ninguém foi.

Antes de dormir, não reze, nem peça nada. Apenas feche os olhos. Imagine o Beira-Rio. Olhe em sua volta. 70 mil irmãos em pé. No setor sul, barras tremulam. Cabeças sobem e descem. Mãos em riste, mandando gremistas tomarem aonde eles gostam. Aparece a Academia do Povo. Brincando de Deus, a Camisa 12 cria uma nebulosa que tapa o gramado. O Inter é uma força da natureza. O jogo começa. Partida tensa. Feia. Dura. A cada carrinhaço, você pula como se fosse o título mundial. Intervalo. 0 a 0. Chove. As pernas cansam. Você não esmorece. Somos colorados, gaúchos e peleadores.

O jogo recomeça. O juiz erra. Estamos com um a menos. A voz acaba. Mas somos todos teus seguidores, lembra? Nada vai nos separar! Você continua empurrando com a alma. 45min. Perdigão lança. Sóbis dribla e cai. Falta. Na risca da área. O mundo está em silêncio. Viver não é preciso. Jorge Wagner é preciso. O grito de gol ergue o Gigante aos céus. A explosão ensurdece a América. Você abraça quem está do lado. Não importa quem é. Estará com uma camisa vermelha e terá dado a vida pelo time que você ama. Ajoelhado no concreto sagrado, você chora. O choro de desabafo que segura desde que escolheu o Internacional como estilo de vida. Você não deve mais nada para ninguém.
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segunda-feira, 24 de julho de 2006

GreNal

O GreNal desta semana com certeza não é o jogo mais importante da mesma semana para o Inter, mas mesmo assim é semana de GreNal. Recordar é viver.

sábado, 22 de julho de 2006

Spam é a PIOR Coisa da Internet

Que porcaria. Acabei de receber 31 comentários spam em 31 posts antigos desse blog. A opção para filtrar isso seria tornar o blog "moderado", ou seja, eu teria que aprovar todos os comentários antes deles aparecerem. Mas acho isso um saco tanto pra mim que precisaria aprovar tudo que é comentário quanto pra quem comenta que precisaria esperar eu aprovar. Outra opção é ter que apagar os spams um por um, serviço de camelo. Uma terceira opção é deixar o spam lá, fazendo com que o spammer consiga seu objetivo. Ainda não sei qual dessas atitudes vou tomar. Só sei que os spammers são o que estraga esta rede de computadores que sem eles seria muito melhor.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

La Repubblica de Segunda-feira



Esta é a capa do jornal "La Repubblica" de segunda-feira. Não resisto a publicar as duas primeiras frases da primeira matéria do mesmo jornal: "L'Italia è per la quarta volta campione del mondo. Meglio ha fatto solo il Brasile." Sensacional. Ainda somos os donos da bola.

Obs: Clicando na foto consegue-se até ler esta e outras matérias.

Itália é Tetra!

Eis o por que de eu dizer que Lugano se parece mais com a Itália do que com a Suiça. Os vídeos mostram o bar Oops, no momento do último penalti e depois. As ruas de Lugano também aparecem. Sem mais comentários. As imagens valem mais do que mil palavras.









Aniversário

Domingo foi o meu aniversário. Fiquei triste por não contar com ninguem da minha familia nem com a grande maioria dos meus amigos para comemorar, mas fiquei contente pois a grande maioria dos meus amigos que se encontravam num raio de 1000Km estava lá. Quem estava a mais de 1000Km de distancia de Lugano está oficialmente perdoado. Não fiz festa em casa, pois não tenho nem móveis para receber visitas. Fomos para o bar Oops, onde comemos pizzas e depois assistimos Itália x França. Tudo regado a jarras de cerveja. Estava bem divertido.

Monte Boglia Hiking

No sábado rolou mais uma caminhada pelas montanhas aqui perto. Depois de assistir shows na sexta a noite lá fui eu levantar cedo, preparar a mochila com 3 litros de água, pão e salame e explorar o tal do monte Boglia.

Nos encontramos às 10 da manhã em frente ao funiculare que nos levou até o topo do monte Bré, onde começaria nossa caminhada. O que é funiculare? Não, não tem nada a ver com bicho de pé. É uma espécie de trem, mas com um só carro e que sempre percorre terrenos inclinados. O próprio funiculare é construido de forma que subindo ou descendo o plano inclinado (em torno de 45 graus) a pessoa vai confortavelmente sentada na horizontal. É um meio de transporte extremamente comum aqui e na Itália. Mas em Roma não trem nenhum funiculare (Show do Milhão na TV italiana também é cultura). A seguir uma foto deste belo meio de transporte que usamos para ir ao topo do monte Bré.



Chegando ao topo do Monte Bré paramos um pouco para conferir a seguinte vista:



Mas não ficamos muito tempo, pois tinhamos muito chão pela frente. Além do monte Bré, também tem um pequeno povoado chamado Bré. Uma pequena pousada em Bré saúda seus possíveis clientes do mundo todo com esta simpática plaquinha:



Depois disso, foi só subida rumo ao topo do monte boglia. Pernas para que te quero. No meio do caminho, parei para tirar a foto a seguir, da Itália conforme vista da Suiça. Uma foto que, de certa forma, pode significar a minha situação no momento.



Nesta foto a galera está chegando ao objetivo do passeio, o topo do monte Boglia, logo ali. Aos leitores do blog é polpado o esforço de chegar até este ponto, mas eu posso assegurar-lhes que nesta foto estávamos todos já mortos de cansados de tanto subir. Mas vale a pena.



Nesta foto estou eu, todo suado, no topo do monte Boglia. Feliz por ter vencido o desafio, por estar em um lugar tão bonito e por finalmente ter chegado a hora de comer aquele pão com saleme do inicio do post e beber mais um pouco d'água. Pelo menos a mochila vai estar mais leve na volta.



A seguir uma das belas vistas do topo do monte Boglia. A esquerda, 600 metros abaixo de onde estávamos, o monte Bré que os folhetos turísticos chamam de "the top of Lugano". A direita a cidade de Lugano, para onde teríamos que descer a pé. É isso mesmo, nada de funiculare para voltar.



Na volta encontramos um excelente concerto de música ao vivo. Eis a foto:



Não, a foto acima não está errada. É que como se pode perceber, cada vaca tinha um sino no pescoço. Eu pensei que as vacas só usavam sinos em desenhos animados, mas pelo jeito não. Enquanto os bichos pastam, uma incrível melodia ecoa. O concerto estava bem interessante, até que um dos músicos cometeu um gesto grosseiro (foto abaixo) e nos convenceu a seguir viagem.



Buenas, depois desta, seguimos o percurso até Lugano sem maiores percalços. Pegamos o funiculare as 10 da manhã e chegamos de volta em Lugano lá pelas 5 da tarde. Haja perna!

Lugano Estival

O final de semana passado foi bastante longo, e tenho uma pá de coisas para postar. Vamos por partes, começando por sexta-feira a noite.

Todo o verão aqui em Lugano rola um festival de jazz chamado Lugano Estival. "Estival" é uma mistura da palavra estate (verão em italiano) com festival. O festival rola na praça central da cidade e é grátis para quem quiser ir assistir. Fui conferir na sexta-feira.

O primeiro show foi o único da noite que foi realmente um show de jazz. Músicos muito bons. The Randy Brecker Bill Evans Soulbop Band 2006 foi um show a parte. Trompete, sax, bateria e baixo fazem um excelente quarteto. Tinha tambem um piano, que não é meu instrumento preferido, mas o show estava ótimo. Na banda estavam estes caras: Randy Brecker, Bill Evans, Hiram Bullock, Dave Kikoski, Victor Bailey e Rodney Holmes. Se conheces jazz deves saber quem são, se não conheces o Google sabe ;-). Grande show. Depois de ver um show desses fica difícil entender como tem gente que prefere música eletronica, ou seja remixes de coisas já gravadas, a música real, tocada nota por nota ao vivo.

Depois veio o show da Gal Costa. Sim, a Gal Costa. Eu achei incrível que um cara, antes do primeiro, show estava anunciando os shows da noite e perguntou quem conhecia a Gal Costa e só eu e mais uns 2 ou 3 levantamos a mão. No Brasil eu tenho certeza que 100% de qualquer platéia a conheceria. O cara ficou meio sem graça e disse algo como "é, acho que os brasileiros ainda não chegaram". O show dela, como se poderia esperar foi de ótima qualidade musical. Bons músicos e a inigualável voz da Gal. Eu só acho que ela pecou no repertório. Tratava-se de um festival de jazz, estilo musical em geral animado, alegre. Na minha opinião se ela tivesse apresentado um repertório mais próximo do samba, com tantos sucessos da carreira dela, o show teria sido melhor. Mas em lugar de fazer isto, ela preferiu promover o novo disco que vocês podem ouvir aqui. Como vocês podem ver, o repertório é de músicas romanticas, bem lentinhas e propositalmente de compositores "ainda" desconhecidos do grande público. Na minha humilde opinião, perante uma platéia que não a conhecia, em um festival de jazz, ela deveria mostrar quem ela é, por que é tão conhecida no Brasil e além disso mostrar um pouco do que é a música brasileira. Eu acho que o citado disco não consegue atingir tais objetivos. No final sim, ela cantou este grande clássico que vocês podem conferir numa versão extremamente mal gravada a seguir:



Depois da Gal entrou uma banda colombiana de Salsa. Muito animado o show dos caras. Boa percussão e instrumentos de sopro. O cara mostrou a alma latina para a galera. Estando tanto tempo aqui longe eu me pergunto se internacionalmente a tal da "salsa" não está superando o samba. Toda a semana aqui tem um ou dois bares que fazem noites de salsa, ao passo que sobre samba não se ouve falar muito. Eu acho que os músicos brasileiros precisam tomar uma providencia quanto a isso. Será que os grupos de "pagode" da geração do SPC acabaram com o samba? Sobre o show de Salsa, eu particularmente gostei da introdução de uma das músicas. Com uma base de salsa ao fundo o cara disse, em espanhol, algo como: "Esta próxima música fala da América, mas não da América que vocês vêem nos noticiários diariamente. Fala do Brasil que está na America. Fala das Guianas que estão na América. Fala da minha Colombia que está na América. Fala do Paraguai que está na América." e citou frases semelhantes para todos (acho) os países da américa do sul e central. "Esta música fala da América!". Estas palavras seguidas por uma música extremamente animada e bem executada fizeram eu me sentir mais sulamericano do que nunca. Muito legal mesmo.

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Triunfa o Futebol Feio - Parte 2

Portugal jogou melhor. A França só fez um gol de penalti, se defendeu e fez cera o jogo inteiro. Fiquei mais triste com a eliminação de Portugal do que com a do Brasil. Isso por que na minha opinião a eliminação do Brasil foi merecida uma vez que os caras estavam mascarados e não mostraram vontade de vencer nem bom futebol. Portugal, assim como a Argentina, morreu lutando. Pena que o futebol feio venceu nas duas vezes. Agora estou com a Azzurra.

domingo, 2 de julho de 2006

Faltam Quatro ... Anos

É. Não deu. Na real o Brasil mereceu perder. Não mostrou a que veio durante toda a Copa. O time só jogou bem no segundo tempo contra o Japão. Nos outros jogos só enganou. Acho que Parreira, Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo já deram alegrias para a Seleção mas o tempo deles já passou. O Adriano é um bom jogador quando quer, mas o fato é que durante todo o campeonato italiano ele andava sempre deprimido. E parece que a seleção não serviu pra levantar a moral do cara. Eu não sei por que diabos um cara que ganha milhões e joga na Inter de Milão e na seleção Brasileira ficaria deprimido. Vai saber.

Eu fui ver o jogo na casa de um amigo. Voltando pra casa com a camisa da seleção todo mundo apoiava, dizendo "pena", "fica para a próxima", "sinto muito" e alguns carros buzinavam. Ninguém tirou sarro ou xingou. É legal ver que ganhando ou perdendo o Brasil ainda tem a simpatia do mundo todo. O Brasil é massa! E ninguém vai igualar o bom e velho penta, pelo menos não nessa Copa.

Agora sou Portugal! Rumo ao primeiro título!

sábado, 1 de julho de 2006

Triunfa o Futebol Feio

Poxa, até quando a Alemanha vai chegar em todas as finais de Copa com esse futebolzinho trouxa que só tem bola aérea?? Classificaram-se tendo apenas duas chances de gol o jogo inteiro. As duas em bola aérea. Decisão por penaltis muitas vezes é injusto. Ainda mais com o goleiro reserva.  Quero ver quem vai conseguir parar esses caras agora que a Argentina falhou. Droga, eu já estava imaginando uma histórica final Brasil x Argentina. Agora, se o Brasil chegar, vai ser Brasil x Alemanha ou Brasil x Itália. As finais mais manjadas possíveis. Tomara que pelo menos seja Brasil x Itália, pois esse futebolzinho da Alemanha é muito chato.

Outra, por que diabos o treinador da Argentina me colocou o Tevez como titular? Ele estava bem no banco. Não dá para querer ganhar com essa naba corinthiana.