O final de semana passado foi bastante longo, e tenho uma pá de coisas para postar. Vamos por partes, começando por sexta-feira a noite.
Todo o verão aqui em Lugano rola um festival de jazz chamado Lugano Estival. "Estival" é uma mistura da palavra estate (verão em italiano) com festival. O festival rola na praça central da cidade e é grátis para quem quiser ir assistir. Fui conferir na sexta-feira.
O primeiro show foi o único da noite que foi realmente um show de jazz. Músicos muito bons. The Randy Brecker Bill Evans Soulbop Band 2006 foi um show a parte. Trompete, sax, bateria e baixo fazem um excelente quarteto. Tinha tambem um piano, que não é meu instrumento preferido, mas o show estava ótimo. Na banda estavam estes caras: Randy Brecker, Bill Evans, Hiram Bullock, Dave Kikoski, Victor Bailey e Rodney Holmes. Se conheces jazz deves saber quem são, se não conheces o Google sabe ;-). Grande show. Depois de ver um show desses fica difícil entender como tem gente que prefere música eletronica, ou seja remixes de coisas já gravadas, a música real, tocada nota por nota ao vivo.
Depois veio o show da Gal Costa. Sim, a Gal Costa. Eu achei incrível que um cara, antes do primeiro, show estava anunciando os shows da noite e perguntou quem conhecia a Gal Costa e só eu e mais uns 2 ou 3 levantamos a mão. No Brasil eu tenho certeza que 100% de qualquer platéia a conheceria. O cara ficou meio sem graça e disse algo como "é, acho que os brasileiros ainda não chegaram". O show dela, como se poderia esperar foi de ótima qualidade musical. Bons músicos e a inigualável voz da Gal. Eu só acho que ela pecou no repertório. Tratava-se de um festival de jazz, estilo musical em geral animado, alegre. Na minha opinião se ela tivesse apresentado um repertório mais próximo do samba, com tantos sucessos da carreira dela, o show teria sido melhor. Mas em lugar de fazer isto, ela preferiu promover o novo disco que vocês podem ouvir aqui. Como vocês podem ver, o repertório é de músicas romanticas, bem lentinhas e propositalmente de compositores "ainda" desconhecidos do grande público. Na minha humilde opinião, perante uma platéia que não a conhecia, em um festival de jazz, ela deveria mostrar quem ela é, por que é tão conhecida no Brasil e além disso mostrar um pouco do que é a música brasileira. Eu acho que o citado disco não consegue atingir tais objetivos. No final sim, ela cantou este grande clássico que vocês podem conferir numa versão extremamente mal gravada a seguir:
Depois da Gal entrou uma banda colombiana de Salsa. Muito animado o show dos caras. Boa percussão e instrumentos de sopro. O cara mostrou a alma latina para a galera. Estando tanto tempo aqui longe eu me pergunto se internacionalmente a tal da "salsa" não está superando o samba. Toda a semana aqui tem um ou dois bares que fazem noites de salsa, ao passo que sobre samba não se ouve falar muito. Eu acho que os músicos brasileiros precisam tomar uma providencia quanto a isso. Será que os grupos de "pagode" da geração do SPC acabaram com o samba? Sobre o show de Salsa, eu particularmente gostei da introdução de uma das músicas. Com uma base de salsa ao fundo o cara disse, em espanhol, algo como: "Esta próxima música fala da América, mas não da América que vocês vêem nos noticiários diariamente. Fala do Brasil que está na America. Fala das Guianas que estão na América. Fala da minha Colombia que está na América. Fala do Paraguai que está na América." e citou frases semelhantes para todos (acho) os países da américa do sul e central. "Esta música fala da América!". Estas palavras seguidas por uma música extremamente animada e bem executada fizeram eu me sentir mais sulamericano do que nunca. Muito legal mesmo.
4 comentários:
salsa aqui nem s eouve falar, tá fora de moda.
Pois é, os ritmos hispanicos dificilmente pegam no Brasil, por incrivel que pareça.
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