Eu costumava chamar isto de "livro do mês". Acontece que eu acho que não posso cumprir o "compromisso" de ler um livro BOM por mês. Em agosto eu estava com meus pais e minha irmã, e não tive tempo de ler nada. Em setembro eu li "Neve", do autor turco Orham Pamuk que acabou de ganhar o Nobel de literatura em 2006. "Neve" é um livro interessante. Principalmente por apresentar-nos um pouco da cultura turca e os conflitos entre os costumes muçulmanos e o governo secular. Mas não achei o livro bom o bastante para colocá-lo como "livro do mês". Não que o livro seja ruim, mas não achei bom o bastante para indicá-lo aos amigos, principalmente por ser meio parado em alguns momentos de suas quase 500 páginas. Conclusão: resolvi mudar o nome do "bagulho" de "livro do mês" para "livro da vez". E aí sempre que eu tiver lido algum livro interessante eu recomendo-o. Pode ser uma vez por semana, uma vez por mês, uma vez por ano... who cares? Acho mais importante a qualidade.
Bom, vamos então ao livro da vez:
O maior mérito de "O Caçador de Pipas", de Khaled Hosseini, é ter personagens capazes de conquistar a empatia do leitor. Amir é um guri vivendo no Afeganistão dos anos 70, cujo melhor amigo é seu empregado Hassan. Esse Hassan é um "hazara", uma etnia que, aos olhos da cultura vigente, só existe para servir aos demais afegãos ("pashtuns"). A maior diversão dos dois é participar de campeonatos de pipas (ou pandorgas, como as chamamos no Rio Grande do Sul), então populares naquele país. O objetivo de tais campeonatos é ir derrubando as pandorgas dos outros caras até ser o dono da última pandorga no céu de Cabul. A vida é um mar de rosas até acontecer um evento que mudaria para sempre a vida dos dois malucos. Um tempo depois do tal evento, Amir e seu pai, em meio a invasões russas no Afeganistão acabam emigrando para os EUA. Mas as circunstâncias acabam trazendo Amir de volta ao Afeganistão anos depois, dessa vez em meio ao regime talibã, em uma tentativa de exorcizar o seu passado.
O livro é divertido, emocionante até, e "prende" o leitor. Além de mostrar um pouco da cultura do Afeganistão para o resto do mundo.
Li em outro livro (Mulheres de Cabul, de Harriet Logan), que um dos decretos do Talibã dizia simplesmente: "Pipas são proibidas". Esse "Mulheres de Cabul" também é legal. Trata-se de uma série de depoimentos de mulheres que viveram o regime Talibã. E sabe-se que as mulheres sofriam ainda mais que o restante da população com a situação. Mas eu achei mais interessante "O Caçador de Pipas".
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4 comentários:
Tchê, se eu conseguir terminar de ler um livro por ANO já tá bom... Eu começo e raramente termino. Que vergonha!
Fonseca, esse é meu comportamento típico com livros ruins. Abandonar no meio, ou até no início. Mas quando o livro é bom eu leio todo. Até quando é mais ou menos eu continuo lendo na esperança que melhore. E agora que eu estou me locomovendo de trem, tenho pelo menos 20 minutos de leitura garantida por dia. Tá, tem dias em que eu prefiro ouvir punk rock em mp3 heheheh!
já começou a ler o que te dei de presente?
Estou quase acabando de ler "A Família Frank que Sobreviveu". Livro bom vai rápido...
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