segunda-feira, 22 de maio de 2006

Paulo Santana

Reproduzo trechos da coluna de hoje do Paulo Santana em Zero Hora. Excelente texto.

"O Brasil nunca presenciou a guerra de verdade de perto. Na história brasileira, houve um punhado de conflitos regionais, como a Guerra dos Farrapos, a invasão holandesa, a Cabanagem e Canudos, mas nada que engolfasse todo o país em convulsões sangrentas e devastadoras. O último conflito a roçar nosso solo foi a Guerra do Paraguai, há 130 anos, e ocorreu tão longe das capitais quanto a participação brasileira na II Guerra Mundial, um confronto de proporções épicas que chegava ao país pelo rádio e pelos jornais.
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Como em toda guerra, a tragédia que incendiou São Paulo nos últimos nove dias pode servir para lamentos ou para a reconstrução de algo melhor. O Japão e a Alemanha totalitários, que produziram algumas das maiores catástrofes humanas da história mundial, converteram-se rapidamente nas hoje potências campeãs da democracia, da paz, do bem-estar e da segurança. Para que fosse operada tal transformação, contudo, eles tiveram de descer ao fundo do poço e se dar conta - da forma mais brutal possível - de que tinham de aproveitar o que restara de bom em suas sociedades e erguer uma outra no seu lugar.
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O Brasil não precisa sofrer tanto para cair em si. Mas o 11 de Setembro verde-amarelo é pungente o suficiente para que pelo menos a questão da segurança se torne prioridade imediata, absoluta e permanente de todos - governos, partidos, parlamentos, sociedade - até que seja resolvida, e nós possamos viver tranqüilos para construir nestes trópicos a potência dos nossos sonhos."

2 comentários:

Fonseca disse...

É brabo, cara. Eu finjo que isso tudo não existe...

Anônimo disse...

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