terça-feira, 12 de outubro de 2010

Schopenhauer


"Um homem de índole mais elevada crê na juventude que os relacionamentos essenciais e decisivos, e as relações entre os homens, sejam aqueles ideais, ou seja, aqueles que se baseiam em afinidades de princípios, pensamentos, gostos, forças intelectuais, etc.; mais tarde, ele se dará conta que os relacionamentos na verdade são aqueles reais, ou seja, aqueles que se apoiam em algum interesse material. Estes últimos estão na base de quase todos os relacionamentos, a maior parte dos homens não tem sequer conhecimento de outros tipos de relação. Por conseguinte, cada um é levado em consideração de acordo com o seu ofício ou a sua profissão, a sua nacionalidade, a sua família, em outras palavras de acordo com a posição e o papel que a convenção social lhe atribuiu e é portanto classificado e tratado como mercadoria. Aquilo que a pessoa realmente é, como ser humano, aquilo que é graças a qualidades pessoais, é considerado apenas ocasionalmente e em situações excepcionais, sendo em geral completamente ignorado por todos. Quanto mais um homem elevar a própria auto-estima, menos aceitará esse mecanismo e buscará portanto afastar-se do seu domínio."

Tradução livre de trecho de uma edição italiana dos "Aforismos para a Sabedoria de Vida", de Arthur Schopenhauer.

Um comentário:

Carina disse...

Convenções sociais generalizam o ser humano a tal ponto que nem ele mesmo descobre quem é, em sua essência. Ainda estou em busca da minha, pois estagnação causa tédio.