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Mais um livro da vez. Dessa vez uma biografia. Gênero que gosto bastante e que ainda não tinha aparecido no blog. Foi bem legal ler sobre o Tim Maia. Uma leitura leve e divertida devido ao bom humor deste grande artista brasileiro. Para dizer a verdade, até os momentos de mau-humor dele são divertidos no livro. Em certa altura, o Tim Maia é identificado como "o punk do funk". Eu concordo muito com esse título, pois o Tim Maia era realmente um punk. Não no sentido musical, mas no sentido de que ele sempre fez o que quis, quando quis e com quem quis. Saber exercer essa liberdade de se fazer o que quer parece óbvio, mas não é. O Tim Maia não estava nem aí para o que os outros iam pensar. Se ele estivesse afim de beber, cheirar e fumar, ele bebia, cheirava e fumava. Não estou dizendo que tudo que ele fez tenha sido "certo". Ter entrado para uma seita dessas criadas pra enganar trouxas e gravado dois discos em homenagem ao "Racional Superior" que foram fracassos totais, até se dar conta que aquela, como todas as outras, seita era uma enganação; o uso e abuso de drogas; a truculência em algumas ocasiões; e as constantes faltas a compromissos e shows são no mínimo atitudes questionáveis e, eu me arriscaria a dizer, até estúpidas. Mas foi o que o cara quis fazer. E por isso eu acho que ele teve uma vida feliz, apesar de todas as dificuldades, da obesidade, das brigas judiciais e prisões.
Além de ter tido uma vida movimentada, o cara é um grande artista e algumas das suas músicas e interpretações são sem dúvida grandes jóias da música brasileira, à qual ele acrescentou magistralmente o ritmo do funk e do soul. O livro fala da composição das músicas, do medo de avião (o cara não embarcava sem tomar muito whisky Chivas Regal antes), dos bastidores dos shows e das ausências em shows entre outros assuntos.
Foi o primeiro livro do Nelson Motta que eu li. Gostei da escrita leve. De como ele trata sexo, drogas e outros temas como devem ser tratados. Como coisas normais e não como um grande tabu. Achei muito honesto o texto, sem querer "puxar o saco" do Tim Maia nem de ninguém. Me deu até vontade de ler o Noites Tropicais, do mesmo autor mas que discute os bastidores da música brasileira em geral, e não só de um artista específico.
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